segunda-feira, setembro 23, 2013

Desabafo calado...

- O Grito -

O corpo não aguenta, mas o espírito sustenta
aquilo do que se nutre como se fosse um abutre
Impregna a alma um emocional sem calma
A voz que falha ao engolir migalha

Vira do avesso a carne, o músculo espesso
rasga a pele o que o corpo repele
Perdido no escuro em um sofrimento duro
A palavra esgana como a vida engana

Um grito mudo, suplício pro mundo
Se espalha em vão sem achar seu tom
Um enorme descontento sem nenhum alento
Essa voz interna, que não se cala, eterna

Engasgo seco como o fim em um beco
Lutador cansado, fraco e calado
Que ainda busca uma luta justa
Um final mágico de um cenário trágico

Uma história comum...de qualquer um....



terça-feira, agosto 20, 2013

As Crônicas de Nada: O leitão, o festeiro e o guarda sem roupa

-Tchau querida, o jantar estava ótimo. Disse Lewis
- Já vai sair amor? Mas ainda são nove horas? Replicou Suzana.
- Por isso mesmo minha querida, saio cedo para voltar cedo. Além do mais o pessoal do escritório não pode demorar hoje. Justificou
- Você sempre diz isso e volta tarde e bêbado.
- Se eu estivesse sempre bêbado como me diz, como conseguiria voltar.
- Não faça gracinhas, você sabe do que estou falando, sempre apronta alguma.
- Não se preocupe amor, voltarei são e salvo como sempre. Finalizou, já esticando a mão para alcançar seu casaco de linho preto e caminhando para a porta sem se alongar mais no assunto.

Suzana era uma mulher muito paciente e compreensiva, mas as noitadas de Lewis já estavam passando do limite. Na última havia chegado em casa de bicicleta e “estacionado” o carro na linha de trem desativada, mas isso é outra história. Entrou em seu carro e seguiu em direção ao PUB Peregrino da Alvorada, lugar de muitas histórias, pessoas amigáveis e preços acessíveis. Fácil entender porque alguém tão festeiro o elegera seu lugar preferido.

Pedro, Edmundo e Lúcia já estavam lá, aos poucos muitos outros foram chegando e o lugar foi ficando cheio. Lewis era do tipo que todas as pessoas gostam, amigável, bem humorado, sempre disposto a uma boa farra, um verdadeiro festeiro. Já se podia contar umas boas garrafas de cerveja sobre a mesa, conhaque e whisky também eram parte do cenário completado por risadas e desafios típicos de pessoas bêbadas nos bares.

- Eu te desafio a acertar a moeda dez vezes seguidas dentro do copo de chopp. Brandou Edmundo encarando Lewis.
- Pois saiba que eu sou tão preciso quanto um bisturi a laser. Replicou confiante.
- Pois saiba que só o que você tem de preciso é o verbo. Preciso, preciso parar de beber tanto e topar desafios impróprios. Intrometeu-se Lúcia.
- Não é desafio quando se tem certeza de que irá ganhar. Enfatizou Lewis.
- Ganhar? Como na semana passada quando você teve que estacionar seu carro no trilho de trem e voltar a pé para casa? Tripudiou Pedro.
- Pois então, se eu conseguir, vocês pagam a conta e ficarão uma semana trabalhando vestindo uma camisa com minha foto e os dizeres “o mestre dos desafios”. Impôs.
- E se você perder? Disse Edmundo já pensando no castigo, era sempre ele quem propunha as punições mais loucas e divertidas.
- Me diga você, não pensarei nisso, pois seria admitir que existe mesmo a possibilidade de eu perder.
- Pois você terá que ir até a propriedade de Eustáquio, roubar um de seus porcos e trazer para nós assarmos no domingo.
- FEITO.

Lúcia rapidamente solicitou ao garçom que limpasse toda a mesa deixando apenas o copo de chopp em questão. O coitado do homem já havia visto de tudo com esse grupo. Não ousou perguntar o que eram aqueles olhares fixos em um único copo no centro da mesa enquanto Lewis pesava moedas com as mãos. Fez o que foi solicitado e saiu intrigado.

O barulho do metal da moeda contra o vidro do copo foi o ponto de largada.

- Uma dentro. Contou Pedro, que se auto proclamara o juiz do desafio.
- Duas; Três; Quatro. Era de se admitir que Lewis era de fato muito bom nessas brincadeiras de bar.
- Cinco; Seis; Sete. Não se espantem, com Lewis era assim, tudo ia muito bem...até o final.
- Oito; Nove; Fora. Algumas vezes eu cheguei a me perguntar se Lewis na verdade não perdia de propósito para ter uma desculpa para realizar os desafios.

Se levantou, com alguma dificuldade como consequência do alto consumo de álcool, se recompôs, pegou seu casaco do sofá e virou-se em direção à porta. – Nos vemos domingo ao meio dia para nosso almoço. Levem cerveja. E saiu cambaleando e se escorando na parede. Chegar ao seu carro e ligá-lo já poderia ter sido considerado um desafio e tanto.

A propriedade de Eustáquio não era muito longe. Ele era um daqueles velhos folclóricos que cria porcos, galinhas e gado. Que se senta no balanço de metal da varanda com sua espingarda para que ninguém roube seus animais. Acho que até já o vi mascando tabaco e cuspindo no jarro uma ou duas vezes. Típico velho caipira. 

Lewis parou o carro ainda na estrada para não levantar suspeita e começou a se esgueirar pelos arbustos, passou pela cerca e caminhou lentamente terreno adentro, certo de que estava silencioso como um assassino dos filmes orientais. Pôde notar o chiqueiro à frente, muito embora o cheiro tenha chegado antes da visão propriamente dita.

Afrouxou a gola, arregaçou as mangas da camisa, colocou o casaco amarrado na cintura e sorrateiramente entrou. Não perdeu tempo escolhendo, foi direto no mais gordinho e que daria o melhor almoço. Tão rápida quanto sua ação de agarrar o leitão foi a resposta dos animais no chiqueiro que grunhiam sem parar em uma agonia aterrorizante.

Não deu nem tempo de pensar no que fazer e as luzes da casa estavam todas acessas. Ô velho vigilante. Correu para a saída mais próxima, oposta à porta por onde entrara. Difícil era segurar o porco enlamaçado e esperneando nos braços. A coisa piorou quanto começou a ouvir os barulhos de espingarda misturados com os gritos do velho e o mugido do gado. Aos poucos as luzes foram sendo acessas, dificultando sua camuflagem.

Como se não bastasse um policial havia acabado de se mudar para a casa do terreno ao lado. Homem daqueles que vão pra um lugar onde possam ter sossego, se desligar da rotina estressante de trabalho. Não deu certo. Saiu correndo de pijama mesmo e arma em punho. Quem em sã consciência usa um macacão vermelho de flanela pra dormir hoje em dia. E pior. Quem sai de casa vestido com ele. Pois saiu. E saiu correndo em direção a Lewis.

De repente tudo tornou-se um pandemônio. O velho atirando sal de um lado, o guarda de pijama correndo de outro, o porco grunhindo e escorregando e o carro ficando cada vez mais longe. Pulou um outro cercado, não era atleta, o guarda já estava bem próximo. Talvez conseguisse chegar na estrada de terra que passava por trás das casas. E percebeu que, de fato, seria necessário, pois um touro acabara de entrar na confusão. Ideia genial, correr pelo cercado do gado.


De longe podia se ouvir o velho praguejando. – Pega ele seu guarda, pega esse ladrão! Talvez se o velho não tivesse a vista tão ruim e cansada não conseguisse falar de tanto rir, era mesmo uma cena hilária apesar de trágica. Tão logo o guarda entrou no cercado do gado foi encarado pelo dragão. Esse era  nome dado para o touro mais feroz, diziam que ele soltava fogo pelas ventas de raiva. E nada o deixava mais irritado do que a cor vermelha.

- Socorro! Gritou o guarda ao ver o touro correndo em sua direção.
- Roupa vermelha não, roupa vermelha ele não gosta! Alertou Eustáquio.

Ele poderia ter atirado no touro, mas era daqueles policiais bons, que seguem a lei à risca para minimizar danos. Não perdeu tempo, foi correndo e tirando o macacão de pijama. Não era uma tarefa simples, jogou a arma pro alto e entre tropeços e improvisos conseguiu tirar a roupa toda. Ainda a ponto de ver Lewis se distanciando um pouco mais. Não podia desistir agora, já tinha se prestado a todo aquele ridículo, apressou a corrida, mas já sem o touro em seu encalço.


Já no final da cerca conseguiu alcançar Lewis. Ele perdera tempo amarrando o leitão com seu casaco antes que o mesmo escorregasse e fosse tudo em vão.  Em meio a toda a confusão nem notaram as viaturas de polícia na rua de trás. Foi só o tempo do guarda se jogar contra as pernas do meliante que foram todos pro chão, o leitão, o festeiro e o guarda sem roupa.

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Fim do mundo - 21 de Dezembro de 2012

Galera começo esse post falando que eu não acredito nessa "informação". Para mim, embora o mundo esteja acabando a algum tempo, e a prova disso é o sucesso de bandas como Restart e o sucesso de filmes como Crepúsculo, ele ainda dura um pouco mais. Mas sério agora (até parece) olha o que a crença desinformada pode causar. FICA VENDO.

Nasa desmente 'fim do mundo' e alerta sobre suicídios
Cientistas rebatem rumores na internet; um deles diz receber cartas de crianças e jovens que cogitam se matar e menciona caso de pais que pensam em assassinar filhos por acreditar em rumores do apocalipse.

Ai eu penso. P&%#$ NASA deixa se matarem, pelo menos se o mundo não acabar fez a triagem básica para retomar o processo evolutivo. Eu não tenho medo do mundo acabar, tenho medo de ele continuar como está. Cheio de distorções morais e de valores, pra não dizer gente $%&=@.

Tem gente que encara com bom humor, principalmente nas mídias sociais com frases do tipo: "Fim do mundo chegando e você comprando à vista" ou a melhor sobre o impacto deste evento no Brasil: "O fim do mundo foi cancelado pela falta de estrutura do país para receber um evento desse porte."

O que me preocupa são as pessoas que levam a sério. A gente vive na era da informação e o povo continua estabelecendo sua linha de raciocínio e crenças com base no "achismo" sem embasamento. Só a critério de informação, um fragmento do documentário feito pela BBC com diversos arqueólogos e peritos do mundo todo. FICA VENDO:

"(Os maias) nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012", disse à BBC o pesquisador Rodrigo Liendo, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam). "Essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias."

E o fragmento que eu mais gosto porque obviamente corrobora com minha linha de argumentação. FICA VENDO:

Para Castellanos, esse tipo de efeméride é reforçada por uma "crise ideológica, religiosa e social".

Falência cultural...


Agora para terminar proponho uma reflexão profunda:

Como a placa: “não pise na grama” foi colocada lá?

terça-feira, outubro 02, 2012

Morte da Hebe: Morre um pouco da TV brasileira...

Não vou fazer piadinhas não, eu, de fato, sempre admirei muito a Hebe Camargo, mesmo não sendo o tipo de programa que eu gosto, é incontestável seu carisma, alegria e entrega no que faz. O fato de ela conseguir se comunicar de forma autêntica, simples e verdadeira com seu público, ter sempre um sorriso estampado no rosto e abrir espaço para os mais diversos artistas de vários níveis em seu programa, merece muito crédito.

Em uma televisão aberta cuja programação esta cada vez mais pobre de formato, talentos e variedade, é uma pena perder alguém que conseguiu, por anos, se manter no ar sem precisar se "adaptar" ao padrão cada vez mais engessado e desgastado que a TV impõe. E eu continuo escrevendo no presente porque as lições que ela transmitiu permanecem independente da condição existencial dela.



A prova de que Deus tem senso de humor é o fato de ele ter levado, Dercy Gonçalves, Nair Belo e Ronald Golias e o Faustão ainda estar vivo, de fato ele tem humor, humor negro. Ou então ele á acionista da Globo, não é possível.

quarta-feira, setembro 19, 2012

Politica e religião: Agora a P$#%& ficou séria!

E não é que agora virou moda religião interferir na política, estamos regredindo para a idade média onde eram duas coisas inerentes. É claro que sempre houve interferência indireta, mas agora tá ficando ridículo. Criaram uma nova classe, Pastor-político ou Político-pastor. Não tinha duas classes piores pra juntar? Sei lá, tipo atendente de call-center de banco com professor de geometria? (brincadeira gente).


Claro que não ia demorar para os partidos políticos crescerem os olhos em cima das igrejas e seu enorme potencial econômico para financiar campanhas, além da capacidade de induzir decisões nos fiéis. E eu não to questionando a religião não, só os propósitos que elas servem atualmente. FICA VENDO:

Rua de São Paulo 'some' para beneficiar Igreja Mundial

Na justificativa do projeto encaminhada à Câmara, Kassab argumenta que não há mais necessidade do prolongamento da rua Bruges.

"As intervenções promovidas no sistema viário ao longo desses anos já atendem, de maneira satisfatória, as necessidades de tráfego na região", diz um trecho da justificativa do projeto.


É, porque São Paulo não ta precisando de mais ruas não, as que tem dão conta do volume de carro e trânsito. O que precisa mesmo é de mais pastor, igreja, pra ver se dá conta de salvar tanta criatura imbecil.

Esse Kassab também é tipo uma piada pronta né? NumKassab de nada, só fala besteira, é de um despreparo que assusta, como 89,2% dos políticos, segundo levantamento do Ficavendo Institute of Politic and Social database. Eu fico imaginando o cara no gabinete dele jogando Sin City - Ah tá ruim aqui não tem como expandir, deleta a rua, junta os quarteirões e da "save game".

Pois é...

terça-feira, setembro 18, 2012

Dá série: Eu quero ver - Copa do Mundo 2014.

E a estrutura que estão montando para a copa do mundo hein? Segundo projeções da CBF serão necessários investimentos de R$ 11 bilhões, esse número precisa de calculadora daquelas HP científica pra caber. Lembrando que deste montante grande parte está sendo utilizada para construir e reformar estádios do governo. Apenas 3 estádios são privados (Arena da baixada, Estádio Olímpico e Arena São Paulo-Itaquerão).

Levando em conta o problema de trânsito que aflige as grandes capitais, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, eu me pergunta: Como vão fazer com deslocamento das delegações dentro da cidade e entre as cidades? Você compra um ingresso e vem escrito tipo lista de balada: Válido das 14:00hs até as 24:00hs, porque vai ser impossível cumprir com o horário com o trânsito crescendo exponencialmente do jeito que está.

Mas nem só de crítica vive este Blog, também temos boas ideias. FICA VENDO:



Pelo menos a gente vai ver GOL saindo toda hora. Porque se depender dessa seleção do Mano Menezes também, era melhor jogar nos portos do Brasil, meio caminho andado pra afundar de vez.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Latino sai do Twitter ?!?!

Manchete: Latino avisa que vai sair do Twitter.

FODA-SE

Devia existir um jeito de bloquear conteúdo da internet por palavra-chave, para não chegar esse tipo de coisa pra mim nem por terceiros. Se bem que ai eu não teria muito assunto para o meu Blog. Verdade. Então deixa esse povo imbecil continuar me dando assunto. FICA VENDO:



Sério, eu acho graça de algumas músicas toscas, mas é porque eu dou risada e, as vezes, enxergo humor nas coisas idiotas. Aquelas que de tão ruim e vergonha alheia nos divertem. No entanto, eu não sei se fico mais "PERPRECTO" com a incapacidade artística de criar algo ou copiar com alterações (como muitos fazem) do Latino ou com o sucesso que esse lixo faz na internet. O que eu sei é que ele segue uma fórmula muito simples de trabalho. FICA VENDO:


É nessas horas que eu olho pro céu e penso: AH PA PUTA QUE PARIU NÉ?